Em virtude de algumas ideias enraizadas e preconceitos, os bebés e mais tarde os adultos são privados da felicidade de viver com gatos. Atribui-se ao gato a má intenção de querer asfixiar o bebé por se deitar no berço.

Duas razões podem justificar a atracção que um bebé exerce sobre um gato: em primeiro lugar as regurgitações e a produção de leite azedo decorrente podem atrair o gato para uma nova fonte de guloseimas. Esta é uma das razões pelas quais o gato procura o berço, quer para o lamber, quer para nele dormir. Em segundo lugar, porque o bebé dorme muito, tal como o gato, e sempre num berço particularmente macio e quente. Basta dizer que reunir num só tantas tentações, só poderia atrair o gato!

Durante os primeiros meses de vida da criança, é prudente vedar-lhe o acesso ao quarto, no entanto, tendo o cuidado que o gato não associe a presença do bebé à falta de carinho para com ele.

Mas durante os períodos em que o bebé se encontra acordado é fundamental dar toda a liberdade, tanto ao gato como ao bebé, para que possam interagir como entenderem.

Assim poderemos ver certas manhãs o gato parado diante da porta do quarto do bebé, esperando que ele acorde. Seguidamente, posicionar-se sobre a mesa e oferecer-lhe o flanco para algumas carícias enquanto o bebé toma o pequeno-almoço. Estas interações, por iniciativa evidente do gato podem começar antes do 5º mês de vida.

Com o início da motricidade começam as correrias, e por vezes momentos mais difíceis para o gato, quando a criança descobre a sua cauda, particularmente móvel!

É entre os 18 e 24 meses de idade que as crianças manifestam comportamentos agressivos, fruto do seu crescimento normal. O dono do animal deve manter-se vigilante e conservar-se sempre por perto do gato e da criança durante essas interacções, muito embora seja sempre possível ocorrer uma arranhadela. Além disso, durante esse período é necessário ensinar a criança a respeitar o gato, que pode também fazer-se respeitar por si só!

Melhor do que qualquer outro animal, o gato permite à criança o contacto com o seu ambiente através da estimulação cinestésica, possibilitando a exploração segura da envolvente imediata. A imagem de um gato que deambula suscita um interesse imediato e espontâneo na criança, que produz vocalizações para manifestar a sua alegria e excitação. Chega por vezes a esquecer a dor de dentes que a tinha acordado. As vocalizações infantis provocam frequentemente a fuga do gato, porque o seu temperamento e socialização mais ou menos precoce (ideal quando se realiza antes das 5 semanas de idade) vão determinar em grande parte a qualidade e a própria natureza das interações entre a criança e o gato.

A criança, independentemente da idade, aprende a adaptar o seu comportamento em função dos desejos do gato; em poucas palavras, aprende a ter paciência. Encontra no gato um parceiro que lhe facilita o acesso ao mundo adulto, através da porta da brincadeira.

A espera, o respeito mútuo, a capacidade de dominar os seus gestos, as suas vocalizações e expressões: o gato vai-lhe simplesmente ensinar a vida.

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