Quando falamos em ter um cão, o treinamento faz parte quase que obrigatoriamente. No entanto, para muitas pessoas ter gatos e tentar educá-los é uma história diferente, mas não devia ser!

“As pessoas não costumam treinar gatos, porque pensam em gatos como...independentes e cheios de livre arbítrio” diz Sarah Ellis, coautora do The Trainable Cat. “No entanto, o que as pessoas não percebem é que estão a treinar inconscientemente os seus gatos, todos os dias.”

Então a má notícia é que grande parte de nós, inconscientemente, treinamos os nossos gatos para fazer o oposto do que desejamos que eles façam. Quantas vezes já gritou “Não!” e correu para tirar o seu gato do balcão da cozinha? E, no entanto, parece que ele nunca aprende. Há uma razão para isso.

A verdade é que, quando fazemos isso, achamos que estamos a repreender o nosso gato, mas estamos “inadvertidamente a dar atenção ao gato, o que na mente dele, é melhor do que nada e, por isso, para o gato é recompensador”, diz Mikel Delgado, um pós doutorado na Escola de Medicina Veterinária da Universidade de Washington.

Assim sendo, um dos princípios básicos do treinamento é: se um comportamento resultar em algo que o animal gosta, ele vai fazer esse mesmo comportamento novamente. Então, pare de usar esse princípio contra si e use-o a seu favor! “Recompense o que gosta e ignore o que não gosta”, diz Delgado.

Este treino é uma maneira eficaz de se comunicar com o seu gato e vai sentir que ele responde a essa comunicação. Delgado comprovou isso quando ensinou o seu gato a usar o arranhador em vez de tentar ensiná-lo a não usar o sofá: “ Quando o meu gato queria um mimo, ele ia até ao arranhador, colocava uma pata em cima dele e olhava para mim, como que dizendo “ vais me dar um presente por eu usar isto?”.”

Quando começamos a ignorar um comportamento indesejável, é preciso manter-se firme, como dizem os treinadores. “No princípio o animal vai esforçar-se mais. Por exemplo, se deixar de se levantar para alimentar o seu gato a meio da noite, ele provavelmente vai miar mais alto e andar em cima de si. Ma mantenha-se firme, sem se levantar e sem lhe dar importância. Ele vai acabar por desistir e vai aprender que não são horas de comer”, diz Delgado.

Para começar a ensinar ao seu gato coisas que são importantes para si, Ellis sugere que ele seja treinado para vir ter consigo, quando o chamar. Fique a dois ou três pés de distância, chame o nome do seu felino e depois diga: “Vem”. Sempre que ele vier faça-lhe um carinho. Se necessário, continue a dar mimo e comece a andar junto com ele para que ele o siga. Repita até que o gato comece a responder de forma mais consistente e, em seguida, faça o mesmo de chamá-lo de uma distância maior.

Uma vez que o seu gato passe a confiar bem no seu treino, pode começar a tentar treinar com ele comportamentos mais desafiadores e mais úteis, como por exemplo deixar cortar as unhas ou ir voluntariamente para uma transportadora.

Sempre faça os treinos com pequenos passos. Para cortar as unhas, comece por recompensar o seu gato por ele deixar tocar-lhe uma pata. Faça isso repetidamente. Assim que o seu gato estiver confortável com esse passo, dê-lhe recompensas quando ele deixar pressionar a pata suavemente para estender uma garra. Passo a passo, comece por cortar uma unha por vez e recompense o seu gato sempre que ele deixar. O processo pode parecer tedioso, mas vale a pena o esforço!

Certifique-se que está a usar recompensas que o seu gato goste muito (fique entusiasmado). Se vir que a recompensa não o entusiasma, tente biscoitos diferentes ou comida húmida. Essas recompensas devem ser muito pequenas e não se esqueça que tem que reduzir um pouco a quantidade da refeição principal, para evitar problemas de obesidade. Treine em sessões curtas e não tente progredir muito rápido.

“O erro mais comum que as pessoas cometem quando treinam gatos é pedir demais, cedo demais”, diz Ellis.

O treinamento vale o esforço: será mais fácil cuidar do seu gato e irá melhorar o seu relacionamento com ele e ele consigo!

As pessoas que treinam os seus felinos “sentem que o seu gato não é apenas uma criatura obstinada e teimosa que faz coisas para aborrecer”, diz Delgado. “Há benefícios reais para o relacionamento humano-animal, e não é tão difícil quanto pensa.”

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