Crenças e Ideais sobre Alimentação do Cão

O acesso à internet oferece uma quantidade enorme de informação, sendo que o domínio da medicina e da veterinária não constituem uma exceção. No entanto, muitos destes conteúdos não foram objeto de validação cientifica, sendo que cada um pode escrever o que lhe parecer correto. Assim, é muito importante esclarecermos algumas crenças e ideias preconcebidas sobre a alimentação do cão.

Verdadeiro ou falso?

"O cão deve jejuar uma vez por semana."

É falso! Os cães selvagens são por vezes forçados a jejuar, mas não se trata de um 'bom hábito'. Não há qualquer justificação para não alimentar o cão um dia por semana.

"Um cão trabalha melhor se estiver em jejum"

É falso! Trata-se de uma ideia muito persistente em determinados meios: no caso de atividades de resistência (caça, corrida de trenó, etc.), é preferível fornecer-lhe uma refeição leve (um quarto ou um terço da dosagem diária) cerca de três horas antes do esforço. À exceção de atividades ligeiras, obrigar um cão que esteve muito tempo sem comer ao trabalho físico, expõe-no a um sofrimento físico que pode ser perigoso.

"O meu cão come como eu"

É falso... tal como seria falsa a situação inversa! O cão é um carnívoro e o ser humano é omnivoro: têm metabolismos diferentes. Ao contrário do homem, o cão não tem necessidade de glúcidos, ainda que os possa utilizar como fonte de energia. É também menos tolerante a uma alimentação rica em açucares. A ingestão regular de açucares rápidos comporta modificações metabólicas que podem ser responsáveis pela obesidade e pela diabetes. Da mesma forma, o chocolate que tem efeitos antidepressivos reconhecidos no homem, é altamente tóxico para o cão! As suas necessidades de minerais e vitaminas também são muito diferentes das do homem: por exemplo, um cachorro tem a necessidade de vitamina D bastante inferior à de uma criança (cerca de quatro vezes menos!). assim, uma alimentação específica é promordial para a saúde e longevidade do cão.

"O cão tem necessidade de variar a sua alimentação"

É falso! Trata-se de puro antropomorfismo... o paladar do cão é pouco desenvolvido e é o proprietário que ensina o cão a tornar-se caprichoso. A isto juntam-se os problemas comportamentais existentes no seio da família: o alimento e o seu modo de distribuição são pequenas chaves do estatuto hierárquico do cão. Alterações frequentes podem mesmo ser prejudiciais à sua saúde. O sistema digestivo do cão (enzimas, flora bacteriana) necessita de cerca de cerca de uma semana para se adaptar a um novo alimento. As modificações alimentares muito frequentes ou drásticas (alteração de marca, introdução de um novo ingrediente) causam más digestões que estão na origem de problemas digestivos que por vezes requerem a intervenção do veterinário (vómitos, flatulência, diarreia).

"É preciso acrescentar carne aos alimentos completos"

É falso! Como o próprio nome indica, os alimentos completos são formulados de acordo com a legislação por forma a cobrir todas as necessidades nutricionais do animal. As proteínas selecionadas são previamente aprovadas para consumo humano e são frequentemente de melhor qualidade que a "carne apara animais" comprada nos supermercados. Se é verdade que 10% do aporte energético do alimento do cão pode provir de recompensas (carne, biscoitos para cães, ossos de trincar), se este valor for ultrapassado, o alimento fica desequilibrado o que implica riscos para a saúde do cão. 

"As proteínas sobrecarregam os rins"

É falso! Várias investigações conduzidas em França, desde 1975 (trabalhos de Paquim e Pibot, realizados pela Royal Canin em colaboração com a Escola Veterinária de Alfort publicados em 1979 e 1986), e nos Estados Unidos nos últimos 20 anos (estudos de Churchill publicados em 1997) deixaram claro que esta afirmação é falsa. A restrição precoce e severa da ingestão de proteínas alimentares, preconizada por alguns, poderá enfraquecer as defesas imunitárias do cão, enfraquecendo, portanto, o seu organismo.

"O cálcio ajuda a levantar as orelhas"

É falso! É fisiologicamente impossível que o cálcio contribua para levantar as orelhas: estas são constituidas por cartilagem, um tecido não calcificado (as orelhas não são ossos)! Nenhum tipo de alimentação contribui para levantar as orelhas: acontece simplesmente que a "queda" coincide com o pico do crescimento, período em que as exigências nutricionais são mais fortes, sendo igualmente importante lutar contra o parasitismo intestinal do cão durante este período.

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